FOTO: GLOBO ILUMINADO. AUTOR: CUCUNACA, 2015. |
Nesta postagem, buscarei tecer comentários acerca das questões sobre os movimentos sociais na transformação dos espaços e lugares. Como pano de interpretação, usarei a Geopolítica e como teatro das ações, o milenar Egito e seus acontecimentos recentes.
VENTOS DE MUDANÇA
Notícias do mundo árabe alardearam para a mudança da Geografia e da Geopolítica contemporâneas. A revolução de Jasmim na Tunísia deflagrou uma série de movimentos populares que se espalharam sobre o Mundo Árabe e que chegaram ao Egito como um dos grandes e até maiores impasses geopolíticos deste século até aqui.
A queda do Governo tunisiano e a insatisfação popular reinvindicando melhorias sociais e maior participação política, inspirou e moveu o povo egípicio para a re-descoberta das Praças como espaços do povo expor suas vozes e suas faces. Mesmo sobre opressão de trinta e um anos de Hosni Mubarak no poder sob a tutela dos Estados Unidos e a anuência de Israel, a classe média egípicia depauperada, assistiu atônita a formação dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) e a ascensão no plano geopolítico internacional do Brasil - uma novíssima nação, certamente remeteu á reflexão, o papel do Egito na região e no Mundo.
Utilizando a internet e as experiências e informações que o contato como o mundo ocidental permitiu com o turismo histórico, certamente possibilitaram a formação de uma consciência e uma tomada de atitude em direção ás reformas.
Depois de Wikileaks - a primeira guerra cibernética - versão atual da guerra da informação nos conflitos clássicos, novamente a internet com suas redes sociais, influenciam e tornam-se meios para se reunir pessoas dos diversos lugares construindo um espaço de esperança para os jovens egípcios, ávidos para construírem um futuro melhor. Ousaria chamar este movimento social de a "REVOLUÇÃO DAS FACES", tendo em vista que povo voltou ás ruas e praças e saiu do anonimato e de seus avatares, para se mostrarem humanos com suas dores, necessidades e esperanças.
Novamente, a internet apresenta ao mundo a face de um Egito (um dos impérios mais importantes da História) na condição de empobrecimento, violência e desamparo - em contraposição ao outro lado da esfínge, produzida para atender ás fantasias do turista e da indústria do turismo global e não dos rostos humanizados dos egípcios.
A internet mostrou que a Terra é Plana e que a fé num futuro melhor realmente move montanhas.
A lei social continua a mesma: "Povo na rua muda a História, muda a Geografia" - independente do tempo em que vivemos.
Quanto a representação de Hosni Mubarak no plano geopolítico mundial, só resta uma saída honrosa para que a História o julgue herança de um tempo que os muros separavam vergonhosamente os cidadãos desta nave chamada Terra.
Depois da tempestade... a brisa é o que desejamos.
Saudações Amazônicas e Amazonenses!
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